Carolina vivia longe. Muito longe. Era uma menina de pele alva, ligeiramente rosada pelo sol quentinho que a acompanhava pelas caminhadas diárias. Tinha os lábios vermelhos, como se tivesse comido moranguinho. Seu espírito era doce e leve. O que compensava a ousadia aflorada diante dos fortes desafios que frequentemente a perseguiam. E mais um desafio surgia naquele dia. Passeando entre galhos e aquelas plantinhas que insistiam em nunca morrer, Carolina viu aquela que poderia ser a mais bela das flores. Correu ao seu encontro, chegou até a se machucar em um dos galhos pontudos. Pulou duas pedras com formato de nada. Finalmente chegou na flor. Se abaixou lentamente, segurando os longos cabelos clarinhos que vinham no seu rosto por causa do vento forte. Puxou com muito cuidado a florzinha. A flor era realmente muito bonita. De repente uma pétala caiu. Outra. Mais uma. E um forte vento bateu, levando todas as pétalas daquela flor que estava nas mãos de Carolina. E a flor não tinha mais a beleza de antes. Era apenas um palitinho verde... sem graça. Carolina bem que tentou juntar as pétalas que estavam ali pelo chão. Mas nada se podia fazer por aquela delicada flor. Carolina caminhou até junto das pedras com formato de nada e ali se sentou. Começou a pensar que nunca mais chegaria a encontrar uma flor com aquelas pétalas que se foram ao vento. Seu espírito doce, naquele momento, se sentia azedinho. Que triste nunca mais poder encontrar uma flor assim. Carolina olhou para o horizonte. Começou a sondar ao seu redor. Novamente viu as pétalas pelo chão. Olhou mais adiante. Lá bem longe viu aquilo que poderia ser a mais bela cor que poderia ter visto em toda sua vida. De repente seu espírito voltou a ser doce e tão leve quanto antes. Levantou e foi naquela direção. Procurar de onde vinha aquela bela cor. Vinha de uma flor, mais uma! Infelizmente não conseguiu tocar naquela flor... mais uma vez o vento levou suas lindas pétalas. Mas dessa vez Carolina não se entristeceu como antes, pois sabia que a mais bela flor apareceria não tão cedo nem tão tarde, mas na hora certa. E seria forte, cuidada com carinho. E nenhum vento levaria suas cores embora.
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